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Nós sabemos que a logística de transporte no Brasil vai muito além de transportar produtos e que os profissionais dessa área precisam ser como “polvos” multitarefas e habilidades para garantir que a logística de uma organização seja seu diferencial competitivo e não um problema a ser solucionado.

Por isso, gestores têm buscado fazer a gestão eficiente da logística, através do desenvolvimento de soluções inovadoras, para garantir a agilidade de entrega e a segurança de carga.

Com isso, melhoram a experiência do consumidor, otimizam custos, aumentam a produtividade e até a percepção de marca. Muito além do transporte, a cadeia de suprimentos é uma gestão estratégica, comercial e financeira de uma organização.

Mas fazer a gestão logística de transporte no Brasil com um olhar estratégico não é fácil por conta dos desafios particulares do cenário.

Por isso, nesse texto vamos te ajudar a desvendar o que é logística de transporte de fato, qual a importância de ter um olhar estratégico para ela, quais os desafios que a área enfrenta e uma proposta de solução para o momento do nosso país.

Boa leitura!

O que é a cadeia de suprimentos?

Antes de nos aprofundarmos na logística de transportes, vamos entender um pouco como funciona a cadeia de suprimentos, ou seja, toda a logística dentro de uma empresa?

Ela compreende todo o processo da mercadoria, desde o fornecimento da matéria-prima até a entrega do produto final para o cliente e pode ser dividida em 4 tipos:

Suprimentos

Gerencia a matéria prima necessária para a produção, desde o pedido ao fornecedor, transporte, armazenamento e distribuição de produtos.

Produção

Processo de fabricação ou movimentação de materiais dentro da empresa e controle de estoque do que será produzido. Foca em evitar desperdícios de tempo e matéria-prima, durante o processo de produção.

Distribuição

Gerencia o pedido do cliente e os meios de distribuição. Administra o estoque de produto fabricado, armazenagem e entrega ao consumidor final.

Reversa

Sempre que um material não é usado ele pode voltar ao estoque se estiver em boas condições ou ser reaproveitado transformando-se novamente em matéria- prima. Garantir esse processo visando a sustentabilidade é papel da logística reversa.

Ou seja, a logística é responsável por controlar diversos processos dentro e fora da organização e compreende grande parte do custo do produto, que é embutido no preço dele, sendo pago assim pelo cliente final.

Agora que você já entendeu que a logística vai muito além da entrega de um produto, vamos focar na logística de transportes, que é o motivo principal pelo qual você está aqui, não é mesmo?

O que é logística de transporte no Brasil?

A logística de transporte é a área da logística que vai encontrar a forma mais barata, segura e rápida para entregar uma determinada mercadoria.

Ela leva em consideração os custos e riscos envolvidos na operação, os prazos estipulados, os tipos de mercadorias a serem transportadas, distâncias e rotas, tempo de deslocamento, volume de carga, entre outros aspectos específicos de cada negócio.

De forma prática, é a arquitetura que viabiliza a entrega de produtos com o custo certo, no tempo certo e com a qualidade certa. Mas por que pensar a logística de transporte de forma tão cuidadosa? É o que vamos ver agora:

Qual é a importância da logística de transporte no Brasil?

Não importa o quão incrível seja o produto, se ele não chega na mão do cliente como e quando ele pediu ou se sai mais caro transportá-lo do que vendê-lo, não há empresa que se sustente.

Pensar na gestão da logística de transportes de forma estratégica não é mais uma questão de diferencial competitivo, é arbitrário para que a marca mantenha sua relevância.

A gestão eficiente dos processos de logística de transporte diminui custos, reduz desperdícios, evita avarias na mercadoria e garante uma boa experiência com o consumidor, que recebe seu produto na hora certa.

Mas precisamos salientar que entregar sorvete não é a mesma coisa que entregar madeira. Inclusive, cada tipo de carga pede cuidados especiais, Cada carga possui suas especificidades e a definição de como chegarão ao consumidor final vai além das estradas.

Tendências e desafios na segurança

Como selecionar o modal de transporte ideal?

Antes de falarmos em desafios do transporte, precisamos falar dos tipos de transportes de carga disponíveis. Para descobrir qual é o modal ideal é preciso levar em consideração o tipo de produto, o prazo de entrega, o volume da carga e o custo do frete.

Vamos citar todos, mas já vou te adiantar: no Brasil, o transporte rodoviário é o meio mais viável para o transporte de cargas.

Vamos entender por quê conhecendo as alternativas:

Transporte ferroviário

É o transporte de cargas por trem. Apesar de ser um dos meios de transporte de cargas mais barato, ele é inflexível quanto a rotas, pois depende da existência de malhas ferroviárias em boas condições de uso.

Transporte aquaviário

É o transporte de cargas por barcos e navios. Apesar de também ser uma alternativa barata para longas distâncias, é um transporte lento. Você nunca deve ter ouvido falar em entrega expressa por um navio, né?

Transporte aéreo

É o transporte de cargas por avião. Aqui é possível transportar de forma rápida, longas distâncias. Contudo, o custo é extremamente elevado e sua capacidade de transporte, limitada.

Transporte dutoviário

É o transporte de mercadorias por tubos e dutos. Um exemplo é o transporte de petróleo e álcool. Apesar de ser uma forma rápida de movimentar grandes volumes, o custo de implantação dos dutos é bem alto e não é para qualquer empresa.

Transporte rodoviário

Por fim, o meio mais comum da logística de transporte no Brasil, aquele que é feito por veículos adequados pelas estradas de rodagem do país.

Vale dizer que mesmo que a mercadoria seja transportada por outros meios, que não o rodoviário, em algum momento esse tipo de transporte costuma acontecer. E também é importante lembrar da possibilidade de um transporte intermodal, que mistura um ou mais modelos de transporte visando a eficiência do processo todo.

Apesar de ter um custo elevado quando consideramos longas distâncias, o transporte rodoviário permite flexibilidade de rotas e planejamento prévio. Com a gestão certa, é possível driblar seus obstáculos e garantir uma logística de transporte eficiente – e é disso que já iremos falar!

Obstáculos da logística de transporte no Brasil

Não é segredo pra ninguém que viajar nas rodovias do nosso país traz riscos e perigos. Agora, imagine viajar longas distâncias carregando mercadorias de alto valor, que não são necessariamente suas e com tempo certo para chegar?

Riscos e desafios não faltam. Mas para todos os obstáculos, podemos encontrar uma solução. Talvez até uma única solução que otimize todo o processo e mitigue os riscos.

Então vamos lá:

Complexidade do processo do transporte no Brasil

Como você viu ao longo desse texto, a logística de transporte envolve todos os setores da organização quando observamos o impacto que sua eficiência tem para o negócio.

Algumas decisões estratégicas como: o que terceirizar e o que fazer dentro da organização, quais meios de distribuição, prazos, valores de entrega ou até questões mais operacionais como roteirização de vias e monitoramento de carros precisam ser feitas com cuidado antes mesmo de pensar na execução.

Além disso, a integração dos processos e dos fluxos de informação precisam ser desenhados e estabelecidos visando a performance estratégica da empresa. Ao final, tem-se uma teia enorme de fornecedores e processos e cabe ao gerente logístico organizar todas as responsabilidades e informações que circulam pela cadeia.

Segundo o especialista em gestão logística Diego Gonçalves, é preciso olhar primeiro para a mercadoria para entender a forma ideal que ela deve ser entregue.

Já para determinar prazos e meios, o ideal é observar a concorrência e o consumidor. “Não adianta ser bom pra você entregar em 40 dias úteis se seu concorrente faz entrega expressa. Tudo na empresa deve ser client centered, inclusive a logística.”, afirmou Diego.

33 dicas para evitar roubo de carga

Profissionais desqualificados no transporte no Brasil

Encontrar bons motoristas que se responsabilizem tanto pelo que carregam quanto por suas vidas exige que eles tenham experiência de rodagem e competência técnica no quesito de legislação de trânsito e até de mecânica para cuidar do carro na estrada.

Esse é um baita desafio para o transporte de cargas. Por um lado, um motorista com pouca experiência precisa de muito apoio e pode se meter em enrascadas e acidentes.

Por outro, motoristas com bastante vivência de estrada, costumam querer fazer as coisas de um jeito próprio e não seguir as regras vigentes impostas pela legislação ou até pela organização.

De acordo com Diego, não dá para exigir toda essa responsabilidade, apenas do motorista.

“É preciso integrar uma rede de apoio ao motorista. Pessoas que o ajudem à distância para que ele possa estar focado na estrada. Esses operadores remotos monitoram os carros e conversam com os motoristas conferindo se estão bem ou se precisam de alguma ajuda.”, diz Diego.

Esses operadores também devem ter competência e experiência no transporte de produtos como os da sua organização.

Além disso, precisam ter habilidades de solução de problemas, sendo criativos e pensando rápido, afinal, a única coisa previsível na estrada é sua imprevisibilidade.

Levando em consideração o turnover de funcionários, já pensou ter que contratar apenas motoristas e operadores com experiência e ainda ter que treiná-los com a agilidade e otimização de custos necessários? Um baita desafio, não é?

Estradas precárias e inseguras que afetam a logística de transporte no Brasil

A precariedade das estradas brasileiras é um assunto antigo. A dificuldade em rodar pelo Brasil vai desde os riscos de acidente até riscos de roubo.

Acidentes acontecem por diversos motivos. Seja falta de manutenção da rodovia, imprudência do motorista, cansaço humano por estar há horas acordado ou excesso de mercadoria na carreta.

Além de gerar perdas financeiras, acidentes podem ser especialmente trágicos ao levar a vida do motorista e de outras pessoas que transitavam ao redor.

A falta de manutenção das estradas também acarreta em manutenção extra para os veículos que podem quebrar ou se desgastar mais rápido ao transitar por estradas esburacadas.

Uma saída é planejar a rota escolhendo boas rodovias. Mas isso pode levar a um aumento do tempo do transporte, já que se perde flexibilidade de rota e também de custo, já que as estradas boas do nosso país são pedagiadas.

Além disso, existe sempre o risco de roubo de carga. “Caminhoneiros são visados por um tipo específico de assaltantes e isso coloca tanto a carga quanto a vida deles em risco.”, diz Diego.

O risco financeiro relacionado à carga pode ser mitigado com a contratação de uma boa apólice de seguro. O problema é que reaver o dinheiro perdido um tempo depois não paga a conta da falha no processo e do desgaste com o cliente, além de não trazer vidas de volta.

Diego dá a dica: “Mais uma vez, a rede de apoio remota pode ajudar. Inclusive, as apólices de seguro exigem esse tipo de monitoramento certificado de frota”.

Concorrência acirrada do transporte no Brasil

Como já dissemos, olhar a gestão logística de forma estratégica é questão de sobrevivência. Isso porque as empresas cada vez mais desenvolvem novas tecnologias para entregar mais rápido e melhor, e de forma até surpreendente.

Isso coloca as empresas em uma disputa acirrada onde muitos não têm o recurso necessário para se manter no páreo.

Esse cenário associado à defasagem do preço do frete faz com que as empresas tenham que lutar para que o consumidor aumente sua percepção de valor dos produtos e da forma como são entregues e assumam assim parte dos custos.

Afinal, entregar em 15 dias é mais barato do que entregar em 24h. Mas os clientes não querem mais esperar e isso tem acabado com as pequenas transportadoras.

A questão do tempo de resposta das corporações também tem influência. A tecnologia muda rápido e novas soluções aparecem.

Contudo, muitas vezes, quanto maior a empresa, maior a lentidão para fazer grandes mudanças.

“Se seu ERP está defasado, por exemplo, não basta adquirir um sistema de monitoramento de frota maravilhoso, mas que não converse com ele”, complementa Diego ao enfatizar que a empresa deve usar a inteligência de mercado para se adaptar por completo às novas tecnologias.

Até aqui só falamos de dificuldades. Mas você já deve ter percebido que existe um único caminho possível, né?

Solução inovadora para gerir a logística de transporte no Brasil

A saída que já é adotada pelos grandes players é a terceirização não somente da frota, mas da gestão da logística de transportes com foco na mitigação de riscos.

E onde entra a inovação? Como você viu neste texto, as falhas naturais humanas são responsáveis por agravar a maioria dos obstáculos, sendo assim, apostar em inteligência artificial é um caminho assertivo.

Você, representando a empresa que produz a mercadoria, deve focar na gestão estratégica e no monitoramento da performance. Mas para isso, é preciso terceirizar processos.

Primeiro, a transportadora com o fit ideal

Uma definição importante para melhorar o processo de transporte de logística é terceirizar com a transportadora certa.

“O processo de contratação não é tão simples, pois envolve muita negociação, acerto de detalhes e processos. Mas costuma valer a pena dedicar-se em achar o parceiro certo.

Afinal, é como um casamento, sempre queremos que ambas as partes sejam felizes pela vida toda e os danos de fechar o contrato com uma transportadora que não sirva para o seu negócio podem ser irreparáveis”, indica o CEO da Opentech, Diego Gonçalves.

Além disso, os custos para manter uma própria frota costumam não ser sustentáveis.

Dimensionamento da frota, manutenção de veículos, contratação de motoristas, espaço para guarda de carros, tudo isso sem contar a variação de demanda que pode deixar parte da frota parada em determinadas épocas do ano, fazendo a empresa desperdiçar dinheiro.

Ou seja, o ideal é terceirizar com fornecedores que tenham competência e experiência com seu tipo de carga e desenhar os processos e as responsabilidades dessa grande rede de parceiros que trabalham juntos.

Em seguida, a gestão do risco

Lembra que falamos do risco de acidentes e roubos? Geralmente para solucionar esse problema o primeiro passo é contratar uma apólice de seguros. Mas ela exigirá monitoramento especializado de carga.

É aí que entra outra solução para boa parte das dores de cabeça.

Terceirizar uma equipe que irá planejar rotas, monitorar cargas e ser a rede de apoio dos motoristas é a melhor forma de mitigar riscos.

A questão da qualificação profissional também entra aqui. Ao contratar uma empresa especialista e homologada, os profissionais que ajudarão os motoristas serão qualificados para o tipo de mercadoria que você está transportando.

Além disso, algumas empresas já aderiram ao EAD para fornecer minicursos aos motoristas, que podem ser assistidos direto pelo celular, para atualizar as competências deles e garantir uma melhor qualificação.

Por fim, a inovação tecnológica

Automação de tarefas, análise de dados, isso tudo deve ser feito por um sistema competente. Um software poderá planejar as melhores rotas, gerenciar as etapas do transporte de forma eficiente, localizando falhas e gargalos que fazem o processo atrasar.

Além disso, com a inteligência artificial podemos fazer a gestão de forma mais assertiva.

“Hoje em dia os softwares já conseguem perceber um sinal de alerta falso, por exemplo. Ele analisa que determinado motorista sempre comete aquela infração naquele lugar e por isso a polícia não deve ser acionada antes de uma verificação humana. Da mesma forma, quando algo atípico acontece, ele acende um alerta.”, explica Diego.

Isso garante otimização nos processos e cria uma relação de transparência entre cliente e empresa.

Ou seja, para cada um dos grandes obstáculos da logística de transportes no Brasil, existem inovações tecnológicas sendo desenvolvidas para solucioná-las.

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